09 fevereiro 2010

COMUNICADO DA DIRECÇÃO DO LAR DE BETÂNIA...

Referente à REPORTAGEM DA RTP1 – «A FILHA ROUBADA»

 

A Direcção do Lar de Betânia, a propósito da reportagem exibida pelo canal 1 da RTP, no passado dia 20 de Janeiro de 2010, denominada «Filha Roubada», solicitou a presença dos Órgãos da Comunicação Social na sua Sede, em Estremoz, no passado dia 2 do corrente, pelas 15 horas, para prestar informação pertinente sobre vários aspectos focados nessa peça jornalística, envolvendo a acção do Lar, tendo comparecido o Sr. Pedro Galego, jornalista, representando o jornal Correio da Manhã, o Sr. José Camilo, técnico de captação de som e imagem e a Sr.ª Teresa Marques, jornalista, em representação da RTP, e os Srs. José Pereira e Inácio Grazina, jornalistas, em representação do jornal de Estremoz Brados do Alentejo.
À hora marcada, usando da palavra, o Presidente da Direcção do Lar de Betânia, agradeceu a presença dos referidos Órgãos de Comunicação Social, apresentou os demais elementos da Direcção presentes e o assessor jurídico, tendo depois lido a declaração que se transcreve, em resumo:
O Lar de Betânia existe há mais de 40, tendo iniciado a sua actividade no Monte do Pintainho, passando, em 1970, a exercê-la na Quinta das Sequeiras, cuja propriedade foi ofertada por um cristão inglês. Desde então realizaram-se diversas obras de remodelação e ampliação.
Em 1985, o Lar de Betânia alargou a sua esfera de acção, com a abertura de uma Filial em Vendas Novas, sita no Bairro Marconi, destinada a acolher unicamente meninas adolescentes. Posteriormente, em 1993, transferiu-se para o Bairro 20 de Maio com construção de instalações, iniciadas três anos antes, e hoje em dia acolhe aí também meninas.
O Lar de Betânia é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (I.P.S.S.) e continua a receber crianças de ambos os sexos vindas de diversos lugares do País.
A actividade do Lar é assegurada com o apoio financeiro das Igrejas Evangélicas Associadas, de particulares e da Segurança Social.
O Lar de Betânia tem por objectivo: Proporcionar às crianças, adolescentes e jovens a satisfação de todas as suas necessidades básicas em condições de vida tão aproximadas quanto possível às da estrutura familiar; promover a sua reintegração na família e na comunidade; proporcionar os meios que contribuam para a sua valorização pessoal, social e profissional, respeitando a respectiva individualidade e privacidade; acompanhar e estimular o seu desenvolvimento físico e intelectual, bem como a aquisição de normas e valores; garantir, com o recurso aos serviços de saúde locais, os cuidados necessários a um bom nível de saúde, particularmente nos aspectos preventivos e de despiste de situações anómalas; proporcionar uma alimentação saudável qualitativa e quantitativamente adequada às respectivas idades, salvaguardando as situações que necessitem de alimentação especial; assegurar os meios necessários ao seu desenvolvimento pessoal, à sua formação escolar e profissional, em cooperação estreita com a escola e as estruturas locais de formação profissional; criar, tendo em conta os recursos do meio, as condições para a ocupação dos tempos livres, de acordo com os interesses e potencialidades das crianças, adolescentes e jovens; articular com os serviços locais, os tribunais e as famílias no sentido de definir o melhor projecto de vida para as crianças, de acordo com os seus interesses.
Como resulta da Lei, os jovens podem permanecer no Lar de Betânia até aos 21 anos ou até conseguirem a sua autonomia financeira.
Dispõe o Lar de Betânia de uma equipa multidisciplinar, nela se incluindo os técnicos responsáveis pelas várias áreas de acção.
O Lar de Betânia, como Instituição de Solidariedade Social, é associado da Aliança Evangélica Portuguesa e não tem qualquer ligação formal ou jurídica à APEC – Associação Portuguesa de Evangelização de Crianças.
As suspeitas de ilegalidade insinuadas na dita reportagem e a ligação do Lar de Betânia à imagem da comunidade evangélica, como se tratasse de uma seita clandestina, quando na realidade têm – o Lar e a Comunidade Evangélica – uma história longa de presença e actuação pacífica e respeitadora na sociedade portuguesa, bem como de trabalho abnegado em favor dos mais carenciados, são censuráveis, não abonam acção jornalística da RTP.
De facto, quando se lançam atoardas, mais ou menos disfarçadas, em meias palavras, ficando algo negativo implícito intencionalmente, pondo em causa o esforço que as Igrejas Evangélicas, em geral, e, em particular, as que são associadas do Lar de Betânia, desenvolvem, não se respeita a verdade pois é sabido que se as igrejas cristãs parassem durante uma semana o trabalho social que desenvolvem, nas mais diferentes frentes, o país ficaria, nesta vertente de apoio às crianças, adolescentes e jovens, numa situação crítica.
É lamentável que um canal público de televisão tenha adoptado um procedimento como o que revela a dita reportagem, que não está em conformidade com o que tem sido a sua linha de actuação e que afecta a imagem de instituições e pessoas.
Após esta declaração, a Direcção do Lar de Betânia colocou-se à disposição dos senhores jornalistas, tendo sido abordadas questões muitas específicas da dita reportagem, designadamente:
a) O Lar de Betânia acolhe as crianças, adolescentes e jovens, em colaboração estreita com as entidades públicas que têm competência na matéria;
b) O Lar de Betânia acolheu a criança visada na reportagem e, com os recursos técnicos próprios e externos, sempre que necessários, trabalhou em ordem ao cumprimento da decisão judicial que determinou o acolhimento;
c) O Lar de Betânia, no tempo próprio, apresentou relatórios, que o Tribunal apreciou, em particular quanto ao regime de visitas, e decidiu sobre tal matéria;
d) O Lar de Betânia não interferiu, como não podia interferir, na decisão que ordenou o acolhimento da criança na Instituição;
e) O Lar de Betânia tem os recursos técnicos necessários a responder às situações várias, não dispondo de recursos médicos próprios mas utiliza todos os que estão disponíveis, públicos ou contratualizados;
f) O Lar de Betânia não colocou nem coloca entraves ou impedimentos ao relacionamento das crianças, adolescentes e jovens com os seus familiares e quando eles existem são estabelecidos em função dos superiores interesses que interessa proteger, consoante as decisões tomadas caso a caso;
g) O Lar de Betânia não impede, por si, o exercício de quaisquer direitos parentais, mesmo residuais, podendo sempre os respectivos titulares intervir junto das entidades competentes, que ordenaram o acolhimento;
h) O Lar de Betânia inclui na sua acção formativa, actividades fora da Instituição, de acordo com o plano aprovado anualmente, designadamente interagindo com as Igrejas Evangélicas suas associadas nas actividades específicas para crianças, adolescentes e jovens, cuja participação é sempre voluntária;
i) O Lar de Betânia observa as melhores práticas quanto à segurança das crianças, em especial quando se deslocam para fora da Instituição (Escola, cuidados de saúde, actividades recreativas, etc.), reafirmando que as imagens exibidas na reportagem da RTP, quando a esse aspecto, não são completas, pois a porta da carrinha abre apenas por fora e as crianças estavam acompanhadas por adulto que garantia vigilância e segurança;
j) a Direcção do Lar de Betânia reafirmou que o Sr. Jornalista que assinou a reportagem não contactou nenhum membro da Direcção para obter elementos que pudessem interessar ao rigor e verosimilhança do que afirmava e que, por outro lado, conhecia ou tinha o dever de conhecer o teor das decisões judiciais proferidas depois de 22 de Junho de 2009, na sequência dos recursos interpostos pela cidadã, mãe da criança acolhida no Lar, e dos relatórios apresentados pelo corpo técnico do Lar de Betânia.
No termo da conferência de imprensa, na qual se abordaram outros aspectos com interesse para a compreensão da natureza e acção da Instituição, a Direcção do Lar de Betânia agradeceu o empenhamento profissional dos Srs. Jornalistas, considerando que cumpriu o dever a que estava sujeita em relação aos telespectadores da RTP1, em particular, e ao público em geral, através também dos Jornais ali representados, nele se incluindo muitos amigos do Lar de Betânia em Portugal e nas Comunidades de Língua portuguesa em várias partes do Mundo, declarando que sobre o assunto da dita reportagem nada mais havia a dizer publicamente.

 

Estremoz, 5 de Fevereiro de 2010
A Direcção do Lar de Betânia
O Presidente
Pr. Carlos Salgado

 

9 comentários:

Jorge Oliveira disse...

Amém!
:)

Anónimo disse...

Caros Senhores,

Vi a mensagem do Pastor e venho nessa sequência dar o meu testemunho. Tenho contacto no terreno com o Lar de Betânia de Estremoz. O Lar de Betânia de Estremoz desde há dez anos para cá que se encontra em risco eminente de deixar de ser comparticipado pela Segurança Social. Também, desde há sete/oito anos que decorrem investigações a nível do MP. No entanto, todos conhecem a celeridade da Justiça Portuguesa... Assim, só no presente mês é que os Tribunais aplicaram suspensão de funções e medida de afastamento a qualquer tipo de lar de infância e juventude, a alguns membros da equipa técnica e educativa. Realmente, os processos podem ser consultados, dado serem de cariz público (mau-trato e negligência encontram-se no âmbito de praticas de crime público). E, sim, o Lar de Estremoz corre o risco de deixar ser co-financiado pela Segurança Social, pois estes últimos dois anos foram uma espécie de "última oportunidade". Também, é verdade que tal situação está a ser discutida a nível dos mais altos cargos do MTSS a titulo de exemplo de más praticas. É de referir que desde há um ano para cá que a Segurança Social não encaminha jovens para o Lar de Betânia de Estremoz e, ainda, que os Tribunais estão a decretar retirada imediata de todas as crianças do Lar de Estremoz. Aliás, a Segurança Social tem transferido a maior parte das crianças para a Casa Pia e para o Chão dos Meninos em Évora. No entanto, para os jovens a situação complica-se, dado a resposta de vaga escassear no distrito de Évora.
Os Pastores e a direcção puseram uma queixa por difamação aos técnicos da Segurança Social de Évora. No entanto, tal foi arquivada, pois ficou provado (fotos, imagens, testemunhos de crianças e jovens e de técnicos)no DIAP que eram infligidos maus-tratos físicos e psicológicos às crianças e jovens acolhidos. Mas, tal como já referi o processo é público e pode ser consultado...
E, agora após a equipa ter sido suspensa e correr o risco de ser presa...O que faz a Direcção? Coloca como Directora Interina uma técnica que teve dois anos de baixa psiquiátrica com um quadro de ideação suicida!
E, não....Isto não é uma perseguição aos evangélicos, pois eu sou evangélica e como já disse acompanho esta equipa...Mas também acompanho a equipa do Lar de Vendas Novas....Esta sim... não é perfeita...mas apesar das criticas.. e, estas sim infundadas,pois a equipa esforça-se e tem feito grandes progressos em termos de verdadeiras praticas terapêuticas!
Quanto aos evangélicos e a ADD deveriam apurar a verdade, para não serem coniventes com praticas desadequadas e, sim, criminosas (e posso dizer criminosas, pq foram dadas como tal pelo DIAP)!

Anónimo disse...

Ó meu amigo anónimo, voçê está baralhado, mas onde foi buscar essa de que a Segurança Social tem transferido a maior parte das crianças para a Casa Pia e para o Chão dos Meninos em Évora, eu ainda não dei por falta de nenhum! Parece-me q o sr. ou sra. está desesperado(a), fico a pensar porque razão!! Cumprimentos,

Anónimo disse...

Baralhado? Desde há um ano que o Lar não recebe ninguém...e acredite que não é por acaso...

Anónimo disse...

Mas de técnicos de certeza que têm sentido falta....aqueles que se ficaram lá pelo diap....

P.Angelino disse...

Amigos venho aqui deixar a minha opinião, fique desde já a informação que não conheço o Lar em questão mas conheço a realidade de andar num, melhor que ninguem.. assim como o funcionamento e as pessoas envolvidas. E também é relevante a questão de ser cristã e verdade seja dita isto não parece conversa de cristão... primáriamente porque as acusações devem sempre ser feitas de forma fundamentada sempre! (e não nos cabe a nós Julgar!)... e nomeadamente esta "O que faz a Direcção? Coloca como Directora Interina uma técnica que teve dois anos de baixa psiquiátrica com um quadro de ideação suicida..." não me parece pretinente, se se tratasse de a Sr.ª directora ter estado dois anos detida por ideação homicida assim, sim essa preocupação seria necessária neste caso não, não estando a falar no conceito cristão com toda a verdade que isso implica... mas se quiser-mos falar não puxando o lado espiritual á situação, existem milhentos lares em Portugal, cada um com as suas complicações, mas ainda que existam muitos lares a nessecidade de criar estruturas institucionais firmes e competentes também continua a aumentar tão rapidamente quanto o numero de pessoas a precisarem de ajuda. E posso dizer que a experiencia, vale mais do que qualquer canudo universitário só sabe quem passa! É fácil falar dificil é fazer melhor... e mais não digo porque não me compete julgar. A justiça cabe apenas a alguém que é maior que todos nós, a DEUS, ainda que a tentemos buscar na força dos nossos braços é Nele que devemos confiar, porque antes de nós próprios sabermos Ele já tinha tudo planeado por isso não é a Lei dos homens que devemos buscar mas a Dele...

Deus vos abençoe

eduarda disse...

tive em vendas novas no lar de betania,7 anos,e reportagem da rtp e uma mentira,se nao fosse a equipa do lar de betania,que tanto me ajudou,ja ca nao tava,agradeço a todos principalmente ao senhor machado,obrigado do fundo do coraçao,eduarda garcia

Anónimo disse...

É verdade que vão fechar o lar de estremoz?

Anónimo disse...

É triste o que tem vindo a acontecer ao longo destes últimos anos no Lar Betânia em Estremoz. É de lamentar a pouca sorte destes miúdos e jovens que foram tão mal tratados fisicamente e psicologicamente. Assim como os seus funcionários também sofreram bastante com a "exemplar" directora Mª J. que de humano não tem nada, só quando lhe convinha. Tantas mentiras se inventaram acerca das pessoas e dos miúdos. Tantas pessoas despedidas injustamente e ninguém era capaz de aprofundar o porquê. Talvez o medo fosse maior, pois todos temos medo de perder o nosso emprego. Muito mais havia para dizer logo quando se iniciou muitas perseguições a funcionários, mas agora já não importa.Tanto que se falava em religião e em Deus e tanto mal era causado. Penso que não há mal que não acabe apesar de ter levado muito tempo.A direcção deste tipo de instituições não se pode iludir tanto com os técnicos que tem à frente e passar mais tempo no terreno. Só desejo que, se existe Deus, todos aqueles miúdos merecem realmente ser felizes apesar das más recordações que infelizmente ficarão para sempre no seu coração. Que Deus os ajude na sua vida futura.